Doutor Rossandro Klinjey palestra sobre Inovação e Qualidade no Serviço Público na 16ª Convergência.


Paula Brito - 02/04/2018

A  palestra  “Há  motivos  para  se  motivar  no Serviço Público?” será abordada pelo psicólogo clínico,  mestre  em  saúde  coletiva  e  doutor  em  psicanálise  Rossandro  Klinjey  durante  a  16°  edição  da  Convergência - Encontro Nacional de Tabeliães de Protesto de Títulos e Documentos de Dívida, que será realizada em Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana de Recife, Pernambuco.

A  ideia  dos  organizadores  do  evento  é  levar  aos participantes uma reflexão sobre a importância da requali­ficação do serviço público. Em entrevista exclusiva para o Jornal do Protesto, Klinjey fala sobre os efeitos da falta de motivação no trabalho e o repensar das práticas.

Jornal do Protesto – O que motivou a escolha do tema?

Rossandro Klinjey  -  Na  verdade,  a  gente vive no País, de modo geral, um grande questionamento sobre a capacidade das pessoas de entregar aquilo que elas prometem no trabalho, tanto na iniciativa privada quanto pública. No setor público tem a questão de que as pessoas não podem ser demitidas. E Lei foi criada no Brasil para dar estabilidade  ao  servidor  e  para  que  ele  possa prestar um serviço de qualidade - o que é verdade - em muitos casos.  Entretanto,  o  contrário  também  acontece,  servidores  que  se  utilizam  dessa garantia para prestar um serviço  de  péssima  qualidade  porque  não  têm “satisfação a dar para ninguém”, e esse descompromisso somado a um conjunto  de  variáveis  é  que  torna  o  Brasil um País menos viável em comparação a outros. Quando eu não presto um serviço de qualidade  eu  também  sou  um  corrupto, já que eu estou ganhando para isso,   por   exemplo.   Existem   várias   formas  de  repensarmos  o  Brasil  e  o  modo como podemos contribuir para um País melhor. Uma das formas claras  desse  processo  é,  de  fato,  sermos  alguém  que  haja  com  competência,  com compromisso, que atenda bem o público  e,  essas  garantias  devem  ser,  justamente, com esse objetivo. Temos  que  provocar,  principalmente  no  setor  público,  a  necessidade  de  combatermos  os  pequenos  gestos  de  corrupção do cotidiano.

Jornal  do  Protesto  -  De  que  forma  esse  tema  auxilia  para  a  realização de trabalho melhor?

Rossandro Klinjey - A competência é uma obrigação de todos nós, a verdade é essa. O que fazemos temos de fazer da melhor forma possível, quando não, nos tornamos uma pessoa medíocre. Por isso, precisamos saber de que forma  podemos  melhorar  o  mundo. 

Jornal do Protesto - Acredita que esses encontros auxiliam na atualização dos tabeliães brasileiros?

Rossandro Klinjey  -  Toda  vez  que  a  gente  se  reúne  com  pessoas  de  uma  área  só  do  País  inteiro  para  discutir  sobre os temas, atualização e ao mesmo  tempo  até  para  trocar  conhecimento,  sempre  é  muito  rico.  Porque  quando  ­  ficamos  sós  em  nossa  ilha,  na nossa cidade ou no nosso cartório, perdemos  as  perspectivas  do  todo  e  de o que está acontecendo nos lugares e,  ao  mesmo  tempo,  as  soluções  que  os outros encontraram. Os  tabeliães  têm  a  oportunidade  de  veri­ficar  as  discussões  sobre  temas atuais  e  é  um  processo  de  enriquecimento, a verdade é que a gente sempre escuta  das  pessoas  que  estão  lá  (nestes  encontros)  que  deveria  ter  mais  e  que era bom se houvesse uma vez por mês. Isso acontece porque as pessoas têm a necessidade de se reciclar, não é só uma questão de sair da rotina.

Jornal do Protesto - O que o senhor pensa  sobre  os  trabalhos  desenvolvidos pelo IEPBT?

Rossandro Klinjey  -  Na  verdade,  uma  das  coisas  mais  importantes  para  o  Brasil,  para  que  ele  se  torne  um  País  mais  competente  e  produtivo,  é  a  segurança  jurídica.  Essa  é  uma  questão  muito forte hoje em dia e discutida em todos os setores. Os tabeliães, portanto, trazem e contribuem para a segurança jurídica  do  País  e  o  avanço  das  documentações,  normas  e  procedimentos. 


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